sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Sexo oral no Sexo Verbal



Meu nome é Lucy (nome fictício), sou paulista de Santo André, moro em Salvador desde o ano passado, tenho 20 anos e sou lésbica. Tenho uma relação como uma menina de 22 anos e estamos atravessando um período muito conturbado, com brigas e discussões quase que constantes, sendo que por trás disso tudo está a postura dela na cama.

Estudando o comportamento de casais (independente da opção sexual) ao longo do tempo, acabei concluindo que a atitude passiva e a atitude ativa sempre existiu dentro do relacionamento, principalmente até meados dos anos 80. Porém, de lá para cá, tenho observado que essa rigidez comportamental com relação a “quem faz o que” vem se diluindo e parece não haver mais papéis muito bem definidos na hora do sexo.

"...alguns homens não chupam
suas parceiras por entenderem
que a submissão é papel
reservado para a mulher."

Trocando idéias com gays e lésbicas, pude confirmar minhas suspeitas, pois a maioria diz que são ativos e também passivos, dependendo da conveniência ou mesmo da vontade. Claro, no meio em que freqüento, existem lésbicas masculinizadas que se posicionam como a parte ativa da relação e não abrem mão disso. Mas esse não é o meu caso. Sou muito feminina, minha namorada é modelo e isso nos afasta de qualquer estereótipo. Só os mais chegados sabem da nossa opção sexual. Nos conhecemos em janeiro desse ano (2010) em um desfile onde trabalhei (sou fotógrafa). Fizemos outros trabalhos juntas em eventos e logo pintou uma aproximação.

Quando começamos a ter relações, notei que ela nunca tomava a iniciativa de me chupar. Com o passar do tempo, criei coragem e pergunte a ela se havia algum problema com isso. Para minha surpresa, ela respondeu “que algumas coisas ela não fazia”. Até hoje isso me deixa confusa, pois uma atitude dessas seria mais sensata vindo da boca (desculpem o trocadilho) de um homem e não de uma mulher.

"Pode uma lésbica não
gostar de fazer sexo oral na parceira?"

Mais uma vez, fui ter com meus amigos gays, na esperança de obter uma resposta que me acalmasse os ímpetos. Depois de horas trocando idéias, chegamos a conclusão de que alguns homens não chupam suas parceiras por entenderem que a submissão é papel reservado para a mulher, sem falar na questão idiota do nojo que alguns dizem sentir. O mais ridículo disso tudo, e também revoltante, é que todos gostam de um bom boquete, mas na hora de inverter os papéis, agem como verdadeiros trogloditas machistas. Depois levam um lindo par de chifres e não sabem o motivo.

Depois de uma de nossas brigas, finalmente ela me prometeu que iria me chupar, mas que talvez isso levasse algum tempo, visto que, para ela, era algo novo. Fiquei quieta, não queria estragar o que parece ser uma pequena conquista. Até agora não rolou nada e muitas vezes penso que ela está adiando. Mas, enfim, darei a ela esse crédito.

Acredito que só o amor que sinto por minha namorada é o que me mantém. Não fosse isso, já teria dado o fora. Vejo minhas amigas, todas felizes, chupando e sendo chupadas sem o menor estresse. Seria pedir muito? Afinal, o que se passa na cabeça dessa moça? Pode uma lésbica não gostar de fazer sexo oral na parceira? Para que serve esse egoísmo todo?

Portanto, se esse texto está sendo publicado, significa que ainda não recebi o que me prometeram, infelizmente. De qualquer forma, quero agradecer a todos da equipe do Sexo Verbal pela oportunidade que me concederam, a Valentina, (que teve muita paciência comigo) e também desde já antecipar agradecimentos aos que se derem o trabalho de comentar.


"Palavra de mulher"
Colaboradora: Lucy


segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

A outra



Meu nome é Fernanda, sou de Juiz de Fora, tenho 39 anos, sou professora de Inglês, mas atualmente trabalho como Agente Penitenciária. Antes de tudo, gostaria de dizer que sou fã do Sexo Verbal e fui apresentada ao blog por indicação do site “A Vida Secreta”. Desde então, sempre que posso, tenho acompanhando as novidades por aqui.

Lendo o drama de Rachel, pensei em aproveitar o espaço da mesma forma, ou seja, escrever contando também a minha estória. Prontamente enviei um e-mail pro Enfil, trocamos MSN, acertamos uma data e hoje estou publicando o meu texto, na esperança de receber uma luz, uma indicação, uma idéia sobre o que posso fazer para salvar o meu casamento.

"Ela faz um tanto de coisas
que você nunca fez em mim!
Ela lambe o meu cu e eu
fico todo arrepiado!"


Eu amo o meu marido. Nos conhecemos na Faculdade e de lá saímos formados e casados. Tivemos quatro lindos filhos e vivíamos uma vida sossegada até o dia em que ele, do nada, endoidou e disse que queria se separar. Isso foi em outubro do ano passado. Desesperada, fiz de tudo para que ele não saísse de casa. Até uma falsa gravidez eu inventei. No fim, como mentira tem perna curta, acabei ainda tomando umas porradas, mas isso não importa. O que mais me deixou triste é que ele disse, na minha cara, que eu tava toda regaçada, com celulite, estrias na barriga, gorda e que não sentia mais atração sexual por mim. Pessoal, eu tive quatro filhos em um intervalo muito curto, sendo que fiquei grávida do terceiro enquanto o segundo ainda estava no quinto mês, amamentando! Quem é mãe, quem já teve filhos, sabe o quanto isso detona com o corpo da gente.

Não tenho vergonha de dizer que implorei que ele não me largasse. Eu sei que muita gente que está lendo isso agora deve estar pensando: “essa mulher é muito besta!”. Nem vou discordar, porque é besta mesmo que a gente fica quando ama alguém. Foi então que eu dei a idéia de fazer um acordo: ele poderia arrumar uma amante fora de casa, com a condição que voltasse à noite pra dormir comigo. Mesmo desconfiado com a minha bondade, ele acabou aceitando. E não é que o desgraçado arrumou uma amante rapidinho? E eu que achava que ele era um patola. Que nada! Mas o pior ainda estava por vir. Quando ele veio me comunicar o seu grande feito, descobri que ela é dez anos mais velha do que eu! Claro que não me agüentei, na mesma hora perguntei pra ele o que de diferente e especial tinha aquele "facão".

Segundo ele, apesar dos quase cinqüenta anos, ela é “uma coroa conservada e fogosa”. Que o corpo dela é lindo, e os cabelos “isso”, e a pele “aquilo”, e os peitos “não sei o que mais”. Mas foi quando ele passou a falar de sexo que minha cabeça deu um nó. Vou repetir palavra por palavra o que foi dito, para que vocês tenham a noção exata do problema. Disse ele:

“Ela faz um tanto de coisas que você nunca fez em mim! Ela lambe o meu cu e eu fico todo arrepiado! É bom demais da conta! Até os bagos ela coloca tudo na boca. Você nem pra isso se presta”.

Amigos, ninguém havia me dito que pra ter o amor desse homem precisava lamber o cu dele! Muito menos que tinha que meter o saco do infeliz de uma vez só na boca pra ele revirar os olhos! Eu estudei em internato e de lá eu já fui pra Universidade. A gente aprende alguma coisa aqui, outra ali, mas esse trem de lamber o tóba e engolir saco é coisa de doido!

Ontem eu estava dentro do ônibus, indo trabalhar e vi ele passando de carro com a “lambedora de cu”. Ela não é feia, não. Me deu um aperto tão grande, mas tão grande! Eu amo esse homem ainda e não quero perdê-lo. Já estou fazendo academia e um tanto de coisas: depilação a cada quinze dias, massagem estética e de relaxamento, limpeza de pele, hidratação e até drenagem linfática. Outro dia estava me olhando no espelho e vi que o meu corpo é até bom, só a barriga que precisa dar um jeito. Também comprei uns cremes, uns perfumes, quero mudar, sabe?

Espero que vocês não se ofendam com tudo isso que foi dito aqui. O pior, o podre, não foi dito pela minha boca, isso é certo. Mas tenho esperança de receber bons conselhos dos amigos que freqüentam esse blog. Li os comentários que deixaram no post da Rachel e achei tão lindo e bonito da parte de quem se deu o trabalho de tentar fazer algo por ela. Até chorei! Ando muito sensível.

Espero que entendam esse meu jeito besta de amar e me ajudem.

Beijão!


"Palavra de mulher"
Colaboradora convidada: Fernanda


sábado, 27 de novembro de 2010

Modernidades



Meu nome é Rachel, tenho 33 anos, sou paranaense, casada, tenho um filho de dois anos e também um blog. É um blog de receitas, de culinária, coisa de mulherzinha, onde certamente eu jamais poderia falar do assunto que quero tratar. Conheci o Sexo Verbal através de uma amiga, e ela, sabedora do meu problema, sugeriu que eu mandasse um e-mail para os responsáveis pelo blog para usar o espaço e desabafar. E foi o que fiz. Prontamente recebi a resposta do Enfil, menino muito atencioso, diga-se, acertamos os termos e cá estou, pronta para postar e falar de sexo, pela primeira vez em um blog!

"Da outra extremidade da cama,
meu marido sorria.
Eu já não estava tão certa que aquilo
tinha graça alguma.
"

O meu marido é um homem fogoso, dele jamais poderei reclamar com relação a isso. Desde os tempos dos namoricos e do noivado, ele sempre demonstrou ser sexualmente ativo. Posso dizer, sem medo de errar, que ele me deixa na lona quando transamos.

Todavia, um dia desses, ele ligou dizendo que me traria um presente especial. Curiosa que sou, passei o dia a tentar imaginar o que seria o tal presente. Roupas, uma jóia? Quem é mulher sabe que isso é uma verdadeira tortura! Pois chegou a noite e com ela, o maridão. Logo que entrou pela porta, notei em seu rosto que ele estava invocado, querendo fazer estripulia. Jantamos, tomamos um belo banho juntos, fomos para o quarto já dando início ao “agarra-agarra” que antecede o sexo. Pois foi quando vi, sobre a cama, um pacote.

Perguntei se esse era o tal presente. Ele respondeu que sim, com a maior cara de safado. Então, tomada pela ansiedade, pus-me a abrir o pacote. Quando vi o que tinha dentro, logo de início, custei para entender. Da outra extremidade da cama, meu marido sorria. Eu já não estava tão certa que aquilo tinha graça alguma. O presente, aquilo que ele achara que eu gostaria, era nada mais, nada menos, do que um par de algemas!

"...hoje vejo que falar sobre sexo
é tão importante quanto fazer sexo."

Gente, eu sou claustrofóbica, tenho medo de entrar em elevador e ficar presa, não gosto me imobilizem quando estou transando, que agarrem meus punhos, que dirá usar algemas! Nem bêbada! Acho que desmaiaria! Na mesma hora, como se desligasse um botão, a minha vontade de trepar foi pro espaço.

A partir dali, foi uma desgraça só. Discutimos por quase duas horas e eu me mostrei irredutível. Sou aquariana. Depois que digo “não”, pode esquecer! Ele se sentiu ofendido, me chamou de um monte de coisas e eu de braços cruzados. Acho que não haverá argumento nesse mundo que me faça colocar algemas.

Desse dia em diante, as nossas relações tem sido esporádicas. E o desgraçado ainda faz questão de apontar o motivo. E eu que achava que conhecia o meu marido, hoje vejo que falar sobre sexo é tão importante quanto fazer sexo. Por causa dessas malditas algemas, a nossa vida sexual virou uma droga. Sinceramente, eu não sei o que fazer. Mas algemas, nem pensar.

Leitores e leitoras do Sexo Verbal....me ajudem!!!!

"Palavra de mulher"
Colaboradora convidada: Rachel



sábado, 9 de outubro de 2010

Colocando o assunto em dia


[Anorexia aumenta entre as mulheres acima de 30 anos]

A anorexia e a bulimia, antes relacionadas à adolescência, agora atingem mulheres adultas de 30, 40, 50 e até de 60 anos. [Matéria do Portal Terra]

[Ser magra traz mais felicidade às mulheres do que ter um amor]

Estar acima do peso é causa de infelicidade, aponta estudo publicado em livro. [Matéria do Portal ClicRBS]

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Grego, Dourada ou Negra

Não é fácil ser mulher no Século XXI. A gente tem que ser um misto de complicada e perfeitinha, antiquada e moderninha, ousada e comedida. No sexo então, diria que nosso comportamento tem que buscar o equilíbrio na instabilidade contemporânea.

Respeitando as proporções, tanto de idade quanto ao que remete à problemática, a mulher de hoje parece uma adolescente. Lembro que na minha puberdade a dúvida era se devia deixar o cara “escorregar” a mão enquanto me beijava. Na maturidade dos 20 e poucos anos me aconselhava com as amigas se devia transar no primeiro encontro ou não.

Agora, me preparando para a meia idade, discuto com as parceiras até onde a liberdade sexual pode nos levar: Beijo Grego, Chuva Dourada ou Chuva Negra? É ou não é de assustar, os tempos modernos?

O cara esquece a “folhinha verde”
e daqui a pouco irá querer saber
se rola beijo grego,
chuva dourada ou chuva negra.


Confesso que não sei. Aquela observação que fazemos quando vemos um homem lindo [Que Deus Grego!] até pouco tempo atrás, sempre me fez querer dar vários beijos gregos. Agora, que sei como funciona essa prática do povo antigo e do outro lado do Mundo, repenso a opção. Talvez seja ingenuidade, mas sou do tempo de que chuva dourada era pura purpurina e a negra acontecia apenas quando um poço de petróleo estourava.

Não sei quem me disse, que antigamente sexo era para ser apenas para procriação. Com o passar dos tempos, sexo era para ser algo despreocupado... Daí vieram as DSTs. Anos depois, sexo, além de ser despreocupado, também deveria ser prazeroso. Mas com o surgimento e a propagação do HIV, se tornou inevitável o uso da camisinha. E com o direito ao prazer sexual para a mulher e coisa e tal, o negócio se ampliou para sexo oral e anal. Ótimo.

Agora, mais uma vez, novidades antigas viram modinha e pronto. O cara esquece a “folhinha verde” e daqui a pouco irá querer saber se rola beijo grego, chuva dourada ou chuva negra. Lá vai a mulher debater com as amigas, se informar, as mais ousadas experimentar [ou sacramentar], outras repudiar...

Fico pensando: dá para voltar atrás e apenas curtir o ficar junto, com tesão, vontades, gemidos e grunhidos? Não há nada melhor do que deixar o clima rolar, a mão escorregar, a boca encostar para a língua poder saborear lentamente... Sem [ou com] pressão. Com corpos ardentes e latejantes, toda forma de amor vale a pena. Disso eu tenho certeza.

É do novo velho desse tempo moderno que tenho receio. Dessa busca desenfreada pelo prazer, a qualquer custo. Sem saber direito o que se quer ter, o que sabe fazer, e, principalmente, o que cada um gosta de dar e receber. Eu, particularmente, “quero a sorte de um amor [sexo] tranquilo”. Gosto de novidades, mas sem neuras, sem culpas, nem dúvidas. Só gostosuras. Pronto!


"Palavra de mulher"
Colaboradora: Elaine Barcellos de Araújo
Blogs: Cor de Rosa e Carvão
Jornalismo-Vida e Morte
Perfil completo: clique na imagem


A literatura é uma das possibilidades da felicidade humana. Sou feliz quando escrevo e penso que posso dar um pouco de felicidade aos leitores [Julio Cortazar].

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Cadê a mulherada de verdade?

Pra quem me acompanha no meu blog sabe que meus pais estão se separando. E há alguns dias, em uma conversa muito franca com o meu pai, ele falou que estava buscando outras coisas, novas coisas para experimentar. Questionei se a minha mãe não poderia descobrir tais coisas novas junto com ele e ele disse que não, justamente por ser pudica demais.

Pô, mas como assim? Eles estão juntos há um pouco mais de 23 anos e ela ainda é “travada”? Eles não têm liberdade a ponto de mandar um SMS com elogios mais safados? Ela não tem liberdade para ser uma puta na cama, ao lado do homem da vida dela?

Fiquei estarrecida, confesso, e isso foi motivo de discussão com a minha mãe depois. Durante esses dias venho pensando e, em algumas conversas com amigas próximas e putonas na cama, cheguei à conclusão de que nós somos normais. Sim, normais! Mulheres envergonhadas a este ponto é que devem ter algum tipo de problema.

Minha mãe sempre questiona o lado do homem não ser carinhoso na cama e parece que o cara não é carinhoso na mesma proporção em que a mulher não se solta, não se torna uma puta. Ele busca tanto sacanagem, ela busca tanto amor na hora do sexo que no meio do caminho acabam se desencontrando. E não que eu pense que a mulher deve ser puta toda vez que for transar, diferente do homem que (geralmente) está mais aberto a esse tipo de relação. Agora, que mulher gosta de homem bobo na cama? Elas gostam dos safados, que falam o quanto elas são gostosas, que dão aquelas encoxadas enquanto elas estão fazendo alguma coisa, escovando os dentes ou sei lá o quê!

Daí me pergunto: é à toa que homem trai a parceira que mais parece ser virgem? Não é uma justificativa, claro, mas tenho uma porrada de amigos que dizem trair as namoradas por conta desse pudor sobrando na cama. Não é falta de amor, e sim de cumplicidade, de troca entre quatro paredes. E quando eles partem para outro relacionamento as mulheres não entendem e falam “ele me trocou por aquela baranga, como?”, mas são incapazes de entender que apenas um corpinho bonito não faz sexo gostoso. E os homens têm vontade de dizer como resposta, segundo um amigo, “mas ela me chupa e rebola como ninguém”.

Hoje há muitos recursos, sex shop não é um tipo de lugar difícil de encontrar, a internet está cheia de ideias diferentes e bacanas, as pessoas estão mais abertas a comentar sobre isso... Então por que continuar trancada nesse mundinho particular achando que fazer sexo anal, levar um tapinha na bunda, falar uma besteirinha no pé do ouvido do seu parceiro é coisa de puta? Puta, e não garota de programa – há uma diferença grotesca entre as duas coisas.

Enquanto existir mulheres que não saibam se soltar e dar ao marido/namorado o que ele quer, eles continuarão procurando fora, as garotas de programa que são pagas para serem putas. 


P.S. é claro que existe homem que acha que xingar, dar um tapinha, puxar os cabelos etc é coisa que não se faz com uma mulher, mas acredito que estes quase não existem.


"Palavra de mulher"
Colaboradora: Jaque
Blog: À Deriva

domingo, 1 de agosto de 2010

Vida Bella



O que me credencia a falar sobre sexo?


Esta frase está martelando na minha cabeça desde que o meu primeiro texto foi publicado aqui no blog. Comecei a pensar, na verdade eu estou sempre fazendo isso, não foi só agora... desculpem a piada infame. Voltando à frase, talvez a única resposta que eu tenha definitivamente aceitado, seja a minha experiência, ou melhor, minha história como mulher. Ela me credencia a falar sobre o assunto. E para que vocês entendam do que estou falando, vou contá-la aqui. Já passei por algumas situações engraçadas, outras embaraçosas e algumas constrangedoras mesmo, no entanto, vivi muitas histórias interessante, para não dizer excitantes. E espero que possam se divertir e poder concordar e discordar das minhas atitudes. Que algumas possam servir de exemplo e anti-exemplo. Bom isso é o que nos faz humanos, erros e acertos, certo? Bem, vou tentar contar aos poucos, em capítulos.

O começo de tudo

Na minha casa sexo nunca foi proibido, pelo contrário sempre fomos, eu e minha irmã, educadas de tal forma a tratar a nossa sexualidade como algo natural e normal. Eu me masturbo desde que tinha 10 anos, acho. Tenho lembranças de brincar de “casinha” com minha vizinha, uma menina um ano mais nova que eu, nunca chegamos a nos tocar, pelo que me lembro, mas fazíamos várias alusões a isso, era uma brincadeira e uma grande descoberta da sexualidade. Lembro de ter orgasmos deste que tinha uns 12 anos, nunca tive vergonha de me tocar e nem do meu corpo, embora os orgasmos fossem mais facilmente atingidos com minha "amiga almofada", que possuía um nó estrategicamente posicionado a me dar prazer, também os obtinha com a ajuda do chuveiro, até hoje o chuveirinho é bem vindo quando quero me proporcionar prazer "by myself ". Minha grande decepção, na pré adolescência, foi o dia que minha mãe deu minha almofada, ela deu minha “AMIGA” almofada! Fiquei alguns meses de luto por essa perda.

"ganhei de presente do dia dos
namorados um lindo blusão vermelho
e um pacote de camisinhas"

Embora não tivesse problemas em me proporcionar prazer, a minha relação com os meninos não era tão boa assim, sempre fui retraída com eles. Meu primeiro beijo aconteceu quando tinha 13 anos e até os meus 16 beijei uns 15 meninos no total, até que conheci um que era diferente, um que passou o ano todo juntando dinheiro para o carnaval na S.A.T. (sociedade dos Amigos de Tramandaí) pra quem não conhece é a “capital” litorânea gaúcha, se é que podemos afirmar que o RS tem litoral, enfim, para passar o rodo e me convidou pra ir junto. Esse guri, o primeiro, é assim que vou me referir a ele, foi de fato o primeiro a me tocar, até mão no bumbum nenhum outro tinha feito. E eu com 16 anos era tão curiosa. Ele morava na praia e eu na capital, mesmo depois do final do veraneio continuávamos nos escrevendo, e não pense que era por e-mail, era por carta mesmo! (me senti uma anciã neste momento). E nos ligando, foi tão mágico quando num domingo ele bate a minha porta, sem nunca ter ido a minha cidade. Ele queria algo sério, foi tão bonitinho! Começamos a nos ver umas duas vezes por mês. Então no dia 12 de junho de 1999 eu ganhei de presente do dia dos namorados um lindo blusão vermelho e um pacote de camisinhas!!!! A minha primeira vez, finalmente!!! Eu não seria a última a perdê-la! Por que a última a beijar eu tinha sido.

"...acredito que é de inteira responsabilidade femina
saber o que lhe dá prazer e como consegui-lo."

Foi horrível: o “primeiro” também era virgem, depois do coito em si, fui eu quem tive de consolá-lo. Ser uma mulher muito segura por vezes acaba com o romantismo. Ficamos juntos mais 5 meses, nos descobrimos, ele mostrou preocupação em aprender mais, em desenvolver-se nas artes sexuais, mas o fato é que nunca conseguiu prolongar uma erecção por mais de alguns minutos de penetração. Eu lembro que uma vez eu quase, quase "cheguei lá." Mas quando eu que estava por cima dele, como uma amazona, acelerei o ritmo o gozo dele foi inevitável. Mas e eu? Eu fiquei chupando o dedo. No entanto, nunca o responzabilizei pela falta de orgasmos, e nenhum outro parceiro, acredito que é de inteira responsabilidade femina saber o que lhe dá prazer e como consegui-lo. Afinal, meninas, se você não sabe como sentir prazer como exigir do outro isso? Foi uma pena não termos conseguido, ele merecia ter me proporcionado esse prazer. Não dúvido que atualemente ele seje um grande amante, ele tinha potencial! Com ele eu manchei o sofá da minha mãe com sangue, afinal nos víamos só duas vezes por mês e tínhamos que aproveitar as oportunidades, menstruada ou não, consegui limpar e ela nunca soube desse fato. A mãe dele nos pegou uma vez, agora é engraçado lembrar, mas na hora foi um pânico total ter que aturar piadinha sobre posições e pílulas o final de semana todo. Eu, no lugar dela, teria ficado orgulhosa do filho varão, teria aberto um champagne pra comemorar que meu filho deflorara a namoradinha. Mas mãe possessiva de filho único é uma chata! Foi uma pena que não tivemos uma despedida. Hoje, lembrando, meu tesão não era tão intenso, a curiosidade sim, enorme. Por muito tempo ainda gostei dele depois que acabamos. O fim foi inevitável, pela própria distância e por influência da mãe ciumenta que desde o flagra passou a me odiar. Acho que mais por recalque, que alguma mulher naquela casa estava sendo comida, do que zelo pela cria.

Cenas dos próximos capítulos: despedida de casada. Isso mesmo queridos a Bella aqui já foi casadinha na igreja como manda o figurino. Vou contar pra vocês nos próximos capítulos como foi despedida deste de casada, preparem os leques porque a temperatura vai subir.


Beijocas, Bella.