sábado, 27 de novembro de 2010

Modernidades



Meu nome é Rachel, tenho 33 anos, sou paranaense, casada, tenho um filho de dois anos e também um blog. É um blog de receitas, de culinária, coisa de mulherzinha, onde certamente eu jamais poderia falar do assunto que quero tratar. Conheci o Sexo Verbal através de uma amiga, e ela, sabedora do meu problema, sugeriu que eu mandasse um e-mail para os responsáveis pelo blog para usar o espaço e desabafar. E foi o que fiz. Prontamente recebi a resposta do Enfil, menino muito atencioso, diga-se, acertamos os termos e cá estou, pronta para postar e falar de sexo, pela primeira vez em um blog!

"Da outra extremidade da cama,
meu marido sorria.
Eu já não estava tão certa que aquilo
tinha graça alguma.
"

O meu marido é um homem fogoso, dele jamais poderei reclamar com relação a isso. Desde os tempos dos namoricos e do noivado, ele sempre demonstrou ser sexualmente ativo. Posso dizer, sem medo de errar, que ele me deixa na lona quando transamos.

Todavia, um dia desses, ele ligou dizendo que me traria um presente especial. Curiosa que sou, passei o dia a tentar imaginar o que seria o tal presente. Roupas, uma jóia? Quem é mulher sabe que isso é uma verdadeira tortura! Pois chegou a noite e com ela, o maridão. Logo que entrou pela porta, notei em seu rosto que ele estava invocado, querendo fazer estripulia. Jantamos, tomamos um belo banho juntos, fomos para o quarto já dando início ao “agarra-agarra” que antecede o sexo. Pois foi quando vi, sobre a cama, um pacote.

Perguntei se esse era o tal presente. Ele respondeu que sim, com a maior cara de safado. Então, tomada pela ansiedade, pus-me a abrir o pacote. Quando vi o que tinha dentro, logo de início, custei para entender. Da outra extremidade da cama, meu marido sorria. Eu já não estava tão certa que aquilo tinha graça alguma. O presente, aquilo que ele achara que eu gostaria, era nada mais, nada menos, do que um par de algemas!

"...hoje vejo que falar sobre sexo
é tão importante quanto fazer sexo."

Gente, eu sou claustrofóbica, tenho medo de entrar em elevador e ficar presa, não gosto me imobilizem quando estou transando, que agarrem meus punhos, que dirá usar algemas! Nem bêbada! Acho que desmaiaria! Na mesma hora, como se desligasse um botão, a minha vontade de trepar foi pro espaço.

A partir dali, foi uma desgraça só. Discutimos por quase duas horas e eu me mostrei irredutível. Sou aquariana. Depois que digo “não”, pode esquecer! Ele se sentiu ofendido, me chamou de um monte de coisas e eu de braços cruzados. Acho que não haverá argumento nesse mundo que me faça colocar algemas.

Desse dia em diante, as nossas relações tem sido esporádicas. E o desgraçado ainda faz questão de apontar o motivo. E eu que achava que conhecia o meu marido, hoje vejo que falar sobre sexo é tão importante quanto fazer sexo. Por causa dessas malditas algemas, a nossa vida sexual virou uma droga. Sinceramente, eu não sei o que fazer. Mas algemas, nem pensar.

Leitores e leitoras do Sexo Verbal....me ajudem!!!!

"Palavra de mulher"
Colaboradora convidada: Rachel



11 comentários:

Sexo Verbal disse...

Rachel, acho que você disse tudo quando escreveu "...hoje vejo que falar sobre sexo é tão importante quanto fazer sexo."

Um bom diálogo faz muito bem à relação. Tempo é que não falta, não é? Afinal, foi o que vocês mais tiveram.

No seu caso, acho bom que ele desista, pois se você tem fobia de algemas, ele que esqueça.

Beijos e obrigado por procurar o Sexo Verbal. Volte sempre que necessário.

Enfil

Afrodite disse...

Ui,
Delicada a relação!
Se vc não quer,não tem pq aceitar na marra o que ELE quer!
O sexo tem que agradar e satisfazer aos dois,não apenas um!
E se vc tem pavor de ser imobilizada,não tem como pensar nessa situação!
Que tal mostrar isso a ele,propondo algo que ele definitivamente dirá não?
(Deve haver algo que ele se negue!)
É uma saída!
Se não adiantar,aqui acabam as minhas sugestões!
Não queria estar no teu lugar,honey!
Boa sorte!
Afrodite

Romulo A Baptista disse...

Rachel, voce agiu certo em expor a ele toda a situação, já que o motivo pelo qual voce não quer entrar nesse jogo é mais do que uma indisposição; é uma fobia.

Uma forma que voce poderia meio que contornar a situação é compartilhar com ele outros jogos sexuais, de preferencia aqueles que não envolvem a sua fobia.

Conversa entre casais é essencial para manter o relacionamento, mas acho que essa ultima parte voce já sabe.

Beijos.
Dr. Rom

Valentina disse...

Faltou um pouco de "tato" da parte dele em procurar saber se a idéia da algema era algo que poderia te agradar.
A verdade é que não há nada mais importante no relacionamento do que a capacidade de dialogar abertamente sobre qualquer assunto.
É uma pena que tudo tenha saído tão errado.


Beijo

Unknown disse...

Cara q situação hein?! Se fosse frescura tua justificaria a atitude dele, mas sendo patológico, como alguém q ama pode ser tão insensível?
Não tem o q ceder.

Cor de Rosa e Carvão disse...

Oi Rachel

Confesso-lhe que amo uma algemazinha. Tenho uma de brinquedo, com plumas vermelhas. Mas tenho restrições ao seu uso. Só com um parceiro de confiança, claro. Mesmo assim, sonho com uma de verdade. Daquelas que os presos usam na delegacia... Fui em tantas, conhecia tantos policiais e nunca pedi. Agora é tarde...

Mas não é tarde para vocês dois não. Tu precisa quebrar esse clima e introduzir a conversa, o diálogo, a discussão. Mesmo que a restrição não agrade ao maridão. O que não pode acontecer é continuar esse clima tenso.

Deve haver uma relação de respeito dos limites de cada um, até mesmo no casamento. Ora... Sei que não sou casada. Mas sei como funcionam esses ingredientes na cama. Se dizer sim, ele tem que entender os por quês desse sim. E também dos Nãos.

Beijocas guria.

Jaque disse...

Rachel, Rachel...

Bom, eu acho que tudo é um caso a se pensar. Também tenho algumas fobias... entrar no elevador me faz tremer, odeio lugar com muita gente invadindo o meu espaço e antigamente odiava quando o cara no meio da transa segurava os meus punhos. Sentia-me um lixo, tinha medo e passava um monte de merda pela minha cabeça.

Certa vez, com um cara que gostava muito disso e insistia no assunto, resolvi pensar por outro lado. Conversamos muito e chegamos à conclusão de que tudo não passava de uma fantasia sexual. Trabalhei minha mente durante um tempo esse tipo de fantasia. No começo achei que não daria mesmo, até perceber que estava aceitando melhor a situação. Permiti uma vez aqui, outra ali, segurando apenas um punho e, quando notei, estava adorando fantasiar que estava presa. Depois de um tempo cogitei o uso de algemas.

Alguns meses se passaram e ganhei uma de presente, em um esquema parecido: saímos para jantar e indo para o motel ele parou no caminho, num sex shop e me deu de presente. Não usamos na primeira transa e na segunda ele colocou em mim. Confesso que fiquei um pouco receosa no começo, mas depois foi muito bom. Adoro meu brinquedinho e, embora use muito pouco, ela está sempre nas minhas fantasias sexuais.

Sente com o seu marido, converse, veja se há possibilidade de você "encarar" essa algema de outra forma, sem fobia alguma. Se isso for possível, trabalhe em cima dessa fantasia junto com ele. Se não tiver mesmo jeito... aí ele terá que aceitar...

Espero que ajude!


Beijos e boa sorte!

P.S. depois volte e nos conte o que aconteceu ;)

Du Marques disse...

Rachel, a melhor coisa que você pode fazer para resolver essa situação é conversar com seu marido. Dialogando, tenho certeza de que vocês se entenderão.

Mesmo dialogando, se você realmente se sente mal ao pensar em algemas ou simplesmente não quer usar as algemas, não use... Se seu marido te ama mesmo ele vai acabar respeitando seu limites.

Luke disse...

A comunicação é a chave pra solução de todos os problemas no relacionamento (ok, quase todos...).

No problema de vocês, ela também é a solução.

Primeiro, vamos ver o lance da expectativa, que tu descreveu com tanta paixão. Aposto que foi uma broxada forte pros dois, quando a situação não deu certo, não é? Você esperava algum outro brinquedo e se deparou com algo que te desperta medo. Ele esperava que você ficasse mais excitada e boom, a excitação vai toda embora, junto com a aventura sexual.

Ou seja, a situação não foi boa para nenhum dos dois.

Agora os dois estão receosos e magoados. Você, porque ele não teve sensibilidade suficiente para te entender, e ele, pois acredita que esse medo é bobagem, facilmente superado.

Precisam de paciência para passar por isso. Ele precisa entender que tu não se sente à vontade com a algema e vc precisa entender que carregar uma fobia pelo resto da vida é uma coisa muito pesada.

Se vocês conseguirem trabalhar em cima disso para superar essa barreira, a relação de vocês vai ficar muito melhor.

Insira outros brinquedos, use a algema nele, use uma venda nele. Depois, aos poucos, deixe-se acostumar com a algema. Com a venda. Não é ruim ficar submisso diante de alguém que tu ama e que tu sabe que vai respeitar teus limites.

E os limites, nesse caso, são sim uma barreira. Procure ultrapassá-los, um passo de cada vez.

Boa sorte! Tomara que consigam se acertar.

Anônimo disse...

MTO INSENSIVEL! Algeme ele vc e aproveite p da-lo uma boa chicotada q é p ele aprender. Nao, brincadeiras à parte, converse com ele, alias sexo é importante mas nao é a coisa mais importante em um relacionamento. Boa sorte!

Dr. Alan disse...

O que é feito na cama deve ser antes tratado entre as partes. Nem tudo que agrada um, pode vir a agradar o outro. Por esse motivo, creio que é necessário uma boa conversa. Algemar alguém na cama para satisfazer a necessidade egoísta de um dos pares é, no mínimo, uma violência sexual contra o outro.

Muito bom o blog de vocês.