quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Grego, Dourada ou Negra

Não é fácil ser mulher no Século XXI. A gente tem que ser um misto de complicada e perfeitinha, antiquada e moderninha, ousada e comedida. No sexo então, diria que nosso comportamento tem que buscar o equilíbrio na instabilidade contemporânea.

Respeitando as proporções, tanto de idade quanto ao que remete à problemática, a mulher de hoje parece uma adolescente. Lembro que na minha puberdade a dúvida era se devia deixar o cara “escorregar” a mão enquanto me beijava. Na maturidade dos 20 e poucos anos me aconselhava com as amigas se devia transar no primeiro encontro ou não.

Agora, me preparando para a meia idade, discuto com as parceiras até onde a liberdade sexual pode nos levar: Beijo Grego, Chuva Dourada ou Chuva Negra? É ou não é de assustar, os tempos modernos?

O cara esquece a “folhinha verde”
e daqui a pouco irá querer saber
se rola beijo grego,
chuva dourada ou chuva negra.


Confesso que não sei. Aquela observação que fazemos quando vemos um homem lindo [Que Deus Grego!] até pouco tempo atrás, sempre me fez querer dar vários beijos gregos. Agora, que sei como funciona essa prática do povo antigo e do outro lado do Mundo, repenso a opção. Talvez seja ingenuidade, mas sou do tempo de que chuva dourada era pura purpurina e a negra acontecia apenas quando um poço de petróleo estourava.

Não sei quem me disse, que antigamente sexo era para ser apenas para procriação. Com o passar dos tempos, sexo era para ser algo despreocupado... Daí vieram as DSTs. Anos depois, sexo, além de ser despreocupado, também deveria ser prazeroso. Mas com o surgimento e a propagação do HIV, se tornou inevitável o uso da camisinha. E com o direito ao prazer sexual para a mulher e coisa e tal, o negócio se ampliou para sexo oral e anal. Ótimo.

Agora, mais uma vez, novidades antigas viram modinha e pronto. O cara esquece a “folhinha verde” e daqui a pouco irá querer saber se rola beijo grego, chuva dourada ou chuva negra. Lá vai a mulher debater com as amigas, se informar, as mais ousadas experimentar [ou sacramentar], outras repudiar...

Fico pensando: dá para voltar atrás e apenas curtir o ficar junto, com tesão, vontades, gemidos e grunhidos? Não há nada melhor do que deixar o clima rolar, a mão escorregar, a boca encostar para a língua poder saborear lentamente... Sem [ou com] pressão. Com corpos ardentes e latejantes, toda forma de amor vale a pena. Disso eu tenho certeza.

É do novo velho desse tempo moderno que tenho receio. Dessa busca desenfreada pelo prazer, a qualquer custo. Sem saber direito o que se quer ter, o que sabe fazer, e, principalmente, o que cada um gosta de dar e receber. Eu, particularmente, “quero a sorte de um amor [sexo] tranquilo”. Gosto de novidades, mas sem neuras, sem culpas, nem dúvidas. Só gostosuras. Pronto!


"Palavra de mulher"
Colaboradora: Elaine Barcellos de Araújo
Blogs: Cor de Rosa e Carvão
Jornalismo-Vida e Morte
Perfil completo: clique na imagem


A literatura é uma das possibilidades da felicidade humana. Sou feliz quando escrevo e penso que posso dar um pouco de felicidade aos leitores [Julio Cortazar].

12 comentários:

Sexo Verbal disse...

Minha carvoeira amiga, já passei dessa época de prazer a qualquer custo (cof..cof..). O velho aqui já se contenta com a simplicidade ou, como o Cazuza disse, "a sorte de um amor tranqüilo". Apimentado, admito, porém tranquilo. Afinal, sexo é bom, de uma maneira ou de outra.

Gostei muito do seu texto. Conto SEMPRE com você por aqui no SV.

Abraços e saudações coloradas!

Enfil

Valentina disse...

O que todo mundo deseja nessa vida é ser feliz e pra isso acabamos percorrendo caminhos diversos até finalmente encontrar o equilíbrio. Nesta busca, não vou dizer que acredito que tudo valha a pena (pelo menos não pra mim).
O que mais importa é conhecer a si mesmo de forma a saber o que te satisfaz.

Beijo grande!

Cor de Rosa e Carvão disse...

Enfil, querido, pimenta é coisa do capeta. E eu adoro tambem. Concordo contigo, esse a qualquer preço está demais, mais uma ardidinha...

Também gosto muito de participar do Sexo Verbal. Melhor do que escrever ou falar, é praticar. Mas, sou réu confesso, este espaço me dá prazer pá caraiô [e tua edição é ótima].

Valentina, auto conhecimento é tudo nessa vida. Essa busca pelo "faz me rir a toa" é algo que me baratina. Mas, confesso, que sempre faço o que me dá nas ideias. O problema é que quase tudo vem na cachola... Ô céus!

Camila disse...

Acho que o sonho da maioria das pessoas é um amor tranquilo mesmo. Pena que é tão difícil de encontrar.

Muito bom seu texto. Parabéns!

Cor de Rosa e Carvão disse...

Camila, quem não quer ter ao seu lado o príncipe ou a princesa encantada? E não falo da figura estereotipada. Me refiro aquele cara ou guria, que debruça sobre o parapeito da janela e suspira quando a gente passa, mesmo que estejamos escabelados, gordos e de pés descalços.

Ai, acho que compliquei o amor tranquilo... Hehehehe. Beijocas guria e boa semana. Aqui no Sexo Verbal só tem fera, mesmo assim, obrigada pelo prestígio.

Anônimo disse...

Assino embaixo!

Anônimo disse...

Dizem que entre quatro paredes vale tudo, né? Pois que fique entre as quastro paredes alguns tipos de práticas. Não sou de frescuras na hora de botar pra quebrar, mas tem coisa que eu não faria. Sendo assim, sou da opinião que vale tudo, mas no cu dos outros. Ha,ha,ha!

P. Roberto disse...

Gosto de ler isso daqui porque as meninas que escrevem mandam bem pra cacete, pena que os posts demooooooooram! Quanto ao tema da Elaine, fia, fico com o anônimo: vale qualquer coisa, mas náo no meu rabo!!!!!!!!!!!!!

Inté

Anônimo disse...

Eu já permiti que meu marido mandasse um xixi nas minhas costas. Era na praia, durante a noite, entrei no mar e tudo ficou bem. Até que não foi ruim. Mas fico por aí. KH, nem pensá! Ui, até rimou.
Abraços pra todos.

Dirce, do ES

Cor de Rosa e Carvão disse...

Anônimo 1:

Eu sou uma contradição. Também acredito que entre duas paredes vale tudo. Mas até no sexo tem limites pra mim. Hehehehe. E olha que eu sou 1/2 "pau" pra toda obra... Então, acredito que abraço essa causa.

P. Roberto:

As gurias do Sexo Verbal mostram bem a que vieram. Valeu pelo prestígio. E tu tens razão: demora pá caraiô a escrita por aqui. Mas se avaliar que cada um deve ter uns "500" blogs, como eu, daí nem demora tanto assim. Hehehehe.

Dirce:

Tem coisas que não vejo mal nenhum. Pelo contrário. Mas, convenhamos, minha indignação é mais a última onda que parece que tem se formado na opinião masculina: mulher, boa de cama, tem que fazer de tudo. Ah... Isso me revolta pacas. Até por que, tem carinha aí achando que é sheik, e que nem precisa participar. Tô fora! ;)

Aos guris; uma bitoquinha bem brasileira. Pras gurias... também.

Jaque disse...

Minha mãe vira e mexe comenta isso comigo, que na época dela as coisas eram muito diferentes. E eram mesmo! E eu, de certa forma, invejo esse tempo. Com 22 anos sinto falta de caras que paqueram, trocam telefones, mandam flores, são românticos. O sexo, nos dias de hoje, vem antes disso tudo - isso se não for só sexo.

Agora me preocupo porque penso em como será quando a minha filha tiver a minha idade. Quero tê-la daqui uns 10 anos, então me pergunto como estará esse mundo daqui 30 anos. Problema, não é?


Beijos!

Cor de Rosa e Carvão disse...

Problemaço guria! É justamente a isso que me refiro... Beijocas Jaque