O relato de Daniela, que aos 22 anos, conheceu o submundo da prostituição.
Saí de casa muito cedo, logo aos 18 anos, grávida de dois meses. Meus pais colocaram a situação nos seguintes termos: ou eu fazia um aborto ou teria que sair. Eu preferi sair. Meu namorado, hoje meu marido, era policial militar no Rio Grande do Sul, onde vivemos.
Ele não ganhava muito, quem é do ofício sabe que um “brigadiano” (como chamam aqui os soldados da Brigada Militar, a polícia gaúcha) não ganha lá essas coisas. Mesmo assim, achamos por bem ir morar com a minha sogra, em Porto Alegre. Mesmo com todo o sacrifício, tive minha filha sem maiores atropelos. Veio, então, a segunda gravidez. Com ela, o início do meu inferno. Meu marido, em uma das piores decisões da vida dele, resolveu aceitar o Plano de Demissão Voluntária proposto pelo Governo do Estado e abandonou a corporação. Com algum dinheiro, compramos uma pequena casa na zona Norte da cidade e ainda abrimos uma modesta locadora de DVD.
Existe um ditado gaúcho que diz que “ovelha não é pra mato” e logo meu marido jogou todo o investimento que fez na locadora pelo esgoto. A pirataria e a Internet acabaram com o negócio. Não dá pra alugar um DVD por R$ 3,00, quando o mesmo filme (pirateado, lógico) é vendido por R$ 1,50 nas ruas. Sem outra habilidade para exercer, ele arrumou emprego de “leão-de-chácara” em um puteiro da região. Certa noite, quando tentava separar uma briga, levou uma facada no ombro esquerdo. Devido a gravidade do ferimento, perdeu boa parte do movimento do braço. Com meu marido desempregado e inutilizado, as coisas foram ficando piores do que já estavam. Sem dinheiro pra nada, vivia de favores e de uma miserável pensão que minha sogra recebia.
Certo dia uma amiga me fez uma proposta. Os valores recebidos eram até tentadores, mas me tornar garota de programa era algo que nem passava por minha cabeça. Isso até minha filha mais velha ficar doente. As despesas aumentaram, junto com meu desespero. Desculpas bem tramadas, comuniquei meu marido que havia arranjado emprego na recepção de um motel da Capital, para trabalhar no turno da madrugada. Claro, ele fez escândalo, brigou, até ameaças de agressão tive que suportar. Decidida, fiz ele entender que só havia duas soluções: ou eu aceitava o emprego, ou pegava minhas filhas e ia embora pro interior do Estado.
O motel era de luxo. Todas as garotas faziam lá os seus programas em suítes fantásticas. Com um nome fictício e o meu celular impresso em todos os sites especializados em “Acompanhantes”, iniciei meu trabalho. Admito que no início foi difícil. Toda sorte de homens passaram por mim. Feios, sujos, fedidos e os piores: os esquisitos. Quem trabalhou no ramo sabe do que estou falando. Na hora do sexo, fechava os olhos e pensava na sobrevivência de minha filha. Com o tempo, me tornei fria e objetiva: dinheiro era só o que queria. Dinheiro, aliás, que começou a entrar como nunca em minha bolsa. Tinha 22 anos e, apesar de duas gravidezes, tinha um corpo de razoável pra bom (entendam como quiserem).
Em casa meu marido desconfiava que havia algo de estranho no meu emprego, mas não falava nada. Meu celular tocava a cada duas horas e as roupas que vestia eram caríssimas. De fato, nos 5 anos em que exerci a profissão mais antiga do mundo, ganhei grana suficiente para sair disso. E saí.
Minha sogra faleceu, então vendemos tudo (somado com minhas economias), e rumamos para o interior, onde a vida se mostrou bem mais fácil. Melhor que isso, pude apagar uma estória pregressa, da qual pouco me orgulho. Hoje vivo bem com meu marido, tivemos mais um menino e minhas filhas estudam em bons colégios. Meu pai não chegou a conhece os netos, mas minha mãe se arrependeu dos erros do passado e acabamos perdoando uma as outras.
A lição? Nunca me orgulhei do que fiz. Tive a sorte que muitas não tiveram e saí do ramo, apenas isso. Não recomendo essa vida pra ninguém, pois no tempo em que estive nessa condição só vi desgraça e desespero. É uma indústria que não pára, alimentada por gente como eu, que mal tinha o que comer.
Saí de casa muito cedo, logo aos 18 anos, grávida de dois meses. Meus pais colocaram a situação nos seguintes termos: ou eu fazia um aborto ou teria que sair. Eu preferi sair. Meu namorado, hoje meu marido, era policial militar no Rio Grande do Sul, onde vivemos.
Existe um ditado gaúcho que diz que “ovelha não é pra mato” e logo meu marido jogou todo o investimento que fez na locadora pelo esgoto. A pirataria e a Internet acabaram com o negócio. Não dá pra alugar um DVD por R$ 3,00, quando o mesmo filme (pirateado, lógico) é vendido por R$ 1,50 nas ruas. Sem outra habilidade para exercer, ele arrumou emprego de “leão-de-chácara” em um puteiro da região. Certa noite, quando tentava separar uma briga, levou uma facada no ombro esquerdo. Devido a gravidade do ferimento, perdeu boa parte do movimento do braço. Com meu marido desempregado e inutilizado, as coisas foram ficando piores do que já estavam. Sem dinheiro pra nada, vivia de favores e de uma miserável pensão que minha sogra recebia.
"Na hora do sexo, fechava os olhos e
pensava na sobrevivência de minha filha."
pensava na sobrevivência de minha filha."
Certo dia uma amiga me fez uma proposta. Os valores recebidos eram até tentadores, mas me tornar garota de programa era algo que nem passava por minha cabeça. Isso até minha filha mais velha ficar doente. As despesas aumentaram, junto com meu desespero. Desculpas bem tramadas, comuniquei meu marido que havia arranjado emprego na recepção de um motel da Capital, para trabalhar no turno da madrugada. Claro, ele fez escândalo, brigou, até ameaças de agressão tive que suportar. Decidida, fiz ele entender que só havia duas soluções: ou eu aceitava o emprego, ou pegava minhas filhas e ia embora pro interior do Estado.
O motel era de luxo. Todas as garotas faziam lá os seus programas em suítes fantásticas. Com um nome fictício e o meu celular impresso em todos os sites especializados em “Acompanhantes”, iniciei meu trabalho. Admito que no início foi difícil. Toda sorte de homens passaram por mim. Feios, sujos, fedidos e os piores: os esquisitos. Quem trabalhou no ramo sabe do que estou falando. Na hora do sexo, fechava os olhos e pensava na sobrevivência de minha filha. Com o tempo, me tornei fria e objetiva: dinheiro era só o que queria. Dinheiro, aliás, que começou a entrar como nunca em minha bolsa. Tinha 22 anos e, apesar de duas gravidezes, tinha um corpo de razoável pra bom (entendam como quiserem).
"Não recomendo essa vida pra ninguém,
pois no tempo em que estive nessa condição
só vi desgraça e desespero."
pois no tempo em que estive nessa condição
só vi desgraça e desespero."
Em casa meu marido desconfiava que havia algo de estranho no meu emprego, mas não falava nada. Meu celular tocava a cada duas horas e as roupas que vestia eram caríssimas. De fato, nos 5 anos em que exerci a profissão mais antiga do mundo, ganhei grana suficiente para sair disso. E saí.
Minha sogra faleceu, então vendemos tudo (somado com minhas economias), e rumamos para o interior, onde a vida se mostrou bem mais fácil. Melhor que isso, pude apagar uma estória pregressa, da qual pouco me orgulho. Hoje vivo bem com meu marido, tivemos mais um menino e minhas filhas estudam em bons colégios. Meu pai não chegou a conhece os netos, mas minha mãe se arrependeu dos erros do passado e acabamos perdoando uma as outras.
A lição? Nunca me orgulhei do que fiz. Tive a sorte que muitas não tiveram e saí do ramo, apenas isso. Não recomendo essa vida pra ninguém, pois no tempo em que estive nessa condição só vi desgraça e desespero. É uma indústria que não pára, alimentada por gente como eu, que mal tinha o que comer.
"Palavra de mulher"
Colaboradora:Daniela (nome fictício)
15 comentários:
triste oq as pessoas fazem por necessidade =/
Dinheiro... Fazem de tudo por ele, e ele só alimenta alguns sonhos, destroi outros, alimenta a barriga de uns enquanto feri a mente de outros.
é uma quetãod e dificil compreendimento. Dificil viver na miséria ainda mais com uma situação dessa moça. Compeendo que na vida é dificil termos outras chances. Cabe a nós decidirmos o final de nossas histórias...
Bom texto, serve de reflexão par amuita gente...
Putz, que história... e a gente sabe que ainda existe tanta mulher nessa vida pra sobreviver, lamentável...
Não devemos julgar uns aos outros, afinal, todos temos nossos problemas e defeitos. O importante é que saiu dessa vida, coisa que, como você mesma disse, poucos têm forças pra sair.
Abraços,
Enfil
Ah, fia...esquenta, não! Você apenas resolveu cobrar. Eu, por exemplo, faça de graça! Cobro nada! Hasuahashuahashua!
Teka
Algumas mulheres são capazes de fazer qualquer sacrifício pelos seus filhos.
Que bom que tudo passou e hoje você pode levar uma vida tranquila com seu marido.
Beijo!
não dá pra julga mesmo, porque cada um acha uma maneira de sobreviver e passar pelas marretas da vida.
Mas ela saiu dessa vida e isso é bom. Muitas se acomodam nessa atividade e ficam. Mesmo quando não mais precisam fazer isso.
que triste, isso, passar por isso deve ser traumatizante!
que bom que ela saiu dessa vida!
Tenso.
Nossa, tocante esse relato. Eu concordo com o anônimo que disse que ela apenas resolveu cobrar e sinceramente, foi por uma causa nobre.
O importante, é que a Daniela se estruturou e pulou fora.
Quem somos nós para julgá-la, né?!
num é por nada naum,entendo a dificuldade que passou....mais a dignidade vem em primeiro lugar eu na seu lugar tentaria de tudo antes de chegar a me prostituir......nao fazendo algo que eu poderia me envergoar vc naum fala se primeiro tentou arrumar um emprego digno....domestica ,lavadeira,passadeira me parece que vc preferiu o caminho mais facil de ganhar dinheiro
É, tudo que fazemos sem o gosto não nos faz bem. Mas essa moça não deve se arrepender de ser garota de programa, pois entre elas existem diversas que não são garotas de programas, mas em algum lugar que essa moça esteve fazendo um programa com um cliente, havia uma mocinha com um cara que acabara de conhecer e juntos foram transar sem que seus pais soubessem . Isso sim considero prostituição em meio a covardia e traição.
ESSES PAIS CANALHAS QUE VIVEM SE ENCOMODANDO COM ESSAS MOÇAS (GAROTAS DE PROGRAMAS), DEVERIAM OSERVAR ONDE SUAS FILHAS ESTÃO NAQUELE MOMENTO...................
rai ... - Belo Horizonte/MG tels: vivo (31)9896-6663 / Tim (31) 9428-0520 / oi (31) 8689-6229 e claro (31) 8491-9448
bom que vc conseguiu separar as ideias,as vezes essas "facilidades" nos cegam para a realidade.
Tati
eu sou e amo faser sexo todo dia toda hora meu marido nen dasconfia
quanto você cobra o programa?
faz anal, finaliza o oral?
queria te fuder bem gostoso!
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